Amígdalas cerebrais e as doenças inflamatórias

O que você sabe sobre as amígdalas cerebrais? Nesse artigo você vai entender tudo sobre como elas influenciam no desenvolvimento das doenças inflamatórias.

Existe um alarme de natureza bem primitiva que é o responsável por nos deixar alertas e criar memórias sobre possíveis ameaças: são as amígdalas cerebrais. Responsável pelos sentimentos mais característicos e primitivos do homem como o medo, a raiva e a irritação, a amígdala faz parte do complexo amigdaloide, ao que também conhecemos como cérebro profundo.

É também nas amígdalas que são criadas e armazenadas as memórias. Mas, vamos lá, o que as amígdalas têm a ver com o desenvolvimento de doenças inflamatórias? Leia esse artigo até o fim e descubra como desativar suas
amígdalas para viver mais!

Alarme número um de perigo

Sabemos agora que a amígdala é a responsável por colocar todo o nosso corpo em alerta quando classifica uma situação como perigosa.

Essa simples historinha pode especificar como a amígdala funciona. Você está andando por uma rua deserta em um horário já tarde da noite. O cenário escuro e a ausência de pessoas ou estabelecimentos abertos já começa a deixar-nos com uma ansiedade primitiva.

De repente, aproxima-se um carro, bem lentamente. Os vidros fechados, você é incapaz de reconhecer quem quer que esteja lá dentro. O carro o acompanha e abre os vidros e você já espera pelo pior. Seu coração está acelerado, suas mãos suando e você já olha para os lados procurando abrigo, uma saída ou mesmo uma casa com a
luz acesa.

Mesmo que a pessoa do carro queira apenas uma informação, seu corpo inteiro respondeu àquela situação como “CUIDADO, PERIGO IMINENTE”. Isso porque, a amígdala disparou o alarme.

Pode parecer um ótimo negócio ter um dispositivo de segurança como esse, mas se ele for ativado constantemente e por repetidas vezes, ele pode acabar quebrando… As amígdalas e o estresse: quando o alarme não desliga “O maior investimento para prevenir, tratar, e curar doenças inflamatórias crônicas consiste em aprender a desligar nossas
amígdalas cerebrais.” Essas são as palavras do Doutor Álvaro Afonso, médico endocrinologista especialista em doenças inflamatórias e na boa medicina de desenvolvimento humano.

Segundo essa afirmação, torna-se fácil entender onde fica o problema: enfrentar situações estressantes por tempo demais deixa a amígdala sempre ligada até chegar a um ponto em que ela não desliga mais. Lembra-se de tudo o que seu corpo apresentou durante a situação de estresse? Adrenalina subindo, coração disparado e ansiedade?

É extremamente normal experimentar isso tudo durante uma situação perigosa. É a forma que nosso corpo encontrou de nos fornecer uma dose extra de atenção através de hormônios. É o famoso instinto de sobrevivência.

O que fazer para evitar a sobrecarga da amígdala?

Se o ser humano não incluir em sua rotina períodos de descanso, lazer, construir boas memórias, desenvolver boa convivência com seus amigos, colegas de trabalho e família e ainda não cultivar o amor próprio, existem grandes chances de desenvolver uma inflamação.

Ora, se estamos sempre correndo, com medo, ansiosos, desiludidos e sem motivação (devido a traumas infantis,
complicações na saúde ou mesmo pelo acúmulo de preocupações), nossa amígdala vai liberar cada vez mais hormônios no sangue e causar uma desregulação.

Nesse ponto, a inflamação já é uma realidade, e muitas vezes o tratamento inclui o uso recorrente de remédios que vão fazer sua amígdala desligar por um tempo. Parece uma história bem subjetiva e sem base médica, mas segundo pesquisas recentes feitas pela Harvard Medical School, sugerem que os efeitos do estresse na amígdala estão diretamente ligados com o aumento dos riscos de ataques cardíacos.

A cada dia, mais e mais pesquisas médicas mostram que o estresse não é apenas um causador de mal-estar momentâneo ou inconveniente.

Ele é capaz de trazer complicações clínicas graves, pois produz alterações permanentes no cérebro, se não forem tratadas corretamente.

Mesmo que os traumas passados, desilusões, frustrações e medos não possam ser apagados da memória, existe a possibilidade de uma reeducação mental, onde memórias ruins vão sendo substituídas por memórias boas.

Diminuir o ritmo pode ser tudo o que a humanidade precisa para viver mais. Trabalhar menos, caminhar mais e passar mais tempo cozinhando com a família são os primeiros passos para evitar a inflamação e acalmar os nervos, afinal, até a sentinela máxima do corpo humano precisa de um descanso.

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