O poder da autoestima

Autoestima é aprender a se colocar em primeiro na fila. As pessoas chegam para mim e dizem que fazem isso o tempo todo, que se amam, que se adoram. Que na verdade quem não gosta dela, é ele. “Ele quem?”, eu pergunto. “Ah, o meu marido. Tanta gente gosta de mim, mas ele não gosta”. Quando isso acontece, a pessoa já está com o conceito errado. Como é que você vai gostar de quem não gosta de você? E se você se gosta, se respeita, se ama, se valoriza, se considera uma pessoa competente, como é que escolheu justamente uma pessoa para viver ao seu lado que não gosta de quem você é?

Autoestima é amor próprio. As pessoas arrumam desculpas para explicar o porquê não se amam como “eu estou sem dinheiro, sem trabalho, doente, como é que eu vou me amar com tantos problemas?”. Principalmente aí que você tem a oportunidade de mostrar que se ama. Não é sobre quando tudo está fluindo bem, está dando certo, que você tem que mostrar que se ama, pelo contrário. Você tem que mostrar seu amor próprio justamente quando tudo está dando errado. É amar incondicionalmente, sem condições. “Eu vou te amar se você for o primeiro colocado naquele concurso”, “eu vou te amar se você tiver um bom salário”, “eu vou te amar se você for bonzinho”, “eu vou te amar se você trabalhar no que eu quero”, “eu vou te amar se você casar com aquela pessoa que eu gosto, não com aquela que eu não gosto”, isso tudo é condicional. Se a pessoa é condicionada a se sentir amada condicionalmente, ela já constrói uma autoestima errada.
 
Autoestima é algo invisível, que está dentro de cada um de nós e foi construída na infância, no período que o nosso cérebro era muito era muito imaturo e quando tudo não estava em completa sintonia. Assim, ela é construída antes dos 5, 6 anos de idade. Evidentemente, se foi construída em uma fase que nós tínhamos uma visão muito distorcida de tudo, a autoestima agora não vai ser sempre muito boa.
E quem influencia a nossa autoestima? Primeiro, a nossa genética. Nem todo mundo é milionário genético e deu  sorte na hora de vir o DNA. Segundo, as pessoas e o ambiente em que somos criados. Muitas pessoas tiveram pais que não tiveram oportunidade de aprender nada, muito menos sobre autoestima. Então, cresceram observando pessoas significativas, representativas, mas que não tiveram informação, conhecimento, pessoas que repetiram coisas absolutamente irracionais. Terceiro, a escola. Ser feliz, ter motivação, entusiasmo, paixão, alegria, contentamento, amor para dar, cooperação, são emoções. Qual é a escola que tem aula de autoestima? E mais, como é que anda a própria autoestima dos professores?
 
A autoestima é algo que todos falam, mas ninguém diz o que é. Bom, é um sentimento, uma vivência interna, um afeto, que você deve ter primeiro por si mesmo, depois que você enche-se de afeto, aí sim você consegue dar. E você precisa dar justamente o que você tem. A cultura social também influencia muito a autoestima, e em termos de cultura social, o mais importante é você não negar a realidade. Por exemplo, quem tem um “orelhão enorme”, “um narigão”, um “barrigão”, a pele está flácida, deve amar ainda sim o que tem, afinal você é único no universo. Se eu não me amar, ninguém vai me amar. Então se eu não me ano, como é que eu posso cobrar que alguém me ame? Se eu não me aceito, como é que eu posso cobrar que alguém me aceite? Se eu não respeito os meus princípios, como é que eu vou querer alguém que respeite? Se eu não me julgo competente para emagrecer, eu também vou me julgar incompetente em outros cenários, inclusive para me amar. E mais, se eu ficar repetindo que eu não consigo, eu não vou conseguir MESMO.
 
A autoestima envolve eficácia e também um sentimento de confiança, em que você acredita ser capaz. Você acredita na sua avaliação dos seus sentimentos, de ser capaz de realizar. Então, esse conceito abstrato acompanha todos nós em todas as nossas decisões. Seja ao escolher um sapato ou uma amizade, a autoestima está do seu lado. Ela está presente em todos os nossos momentos. Sua autoestima precisa ser reconstruída todos os dias, ela é tão importante, que eu mesmo tenho dedicado trinta minutos do meu dia só para melhorar esses conceitos, essas avaliações que eu faço sobre eu mesmo.
 
Na nossa vida, muito pouco foi investido para conhecer os nossos sentimentos e as nossas emoções. Fomos criados para agradar aos nossos pais, nossos parentes, mas não nos ensinaram as nos agradar. “Eu abro mão de tudo para me sentir amado”, é uma das primeiras noções de relacionamento afetivo que aprendemos e é a maior furada. Se sacrificar é prejudicial. Socialmente, nós estamos verificando um período de péssima autoestima para todos nós. É autoconhecimento, quais são seus erros e acertos? Você deve valorizar isso! Afinal, se você está vivo, você tem valor. A maior oportunidade que você tem é de estar vivo, respirando, nesse universo incrível. Você acha que valor é estar pagando muito imposto de renda, com o carro do ano, namorada bonita e amigos influentes? Bom, você pode achar que isso é o valor, sendo que na verdade é estar vivo.

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